Em Setembro de 2005, aquando de um levantamento fotográfico das alminhas/nichos existentes na freguesia de Santiago de Cassurrães por mim efectuado, (
disponível aqui) inserido na página de
Santiago On-Line, consta esta,
situada na estrada que liga Mangualde a Gouveia, precisamente à saída de Contenças de Baixo na direcção de Gouveia.
Em boa hora foi feita a foto, já que semanas depois ela foi desmantelada e hoje não passa de um amontoado de duas pedras, mais ou menos (parece-me) votadas ao abandono.
Colocadas à beira da mesma estrada, mas uns 70 metros mais acima, jazem à espera que alguém de direito as recoloque no seu sítio original, que aqui fotograficamente documento.
E porquê?
Por altura da Páscoa de 2006 (em Abril) perguntei a um habitante local, e ao que pude apurar, o referido nicho terá sido desmantelado devido a obras de alargamento do caminho que vai sair na lateral da Capela de Contenças, para que o espaço pudesse ser ocupado com materiais e para estacionamento da maquinaria, ficando os responsáveis pela obra de a recolocar assim que terminadas as obras. Ok, até se compreende (ou talvez não, leiam mais abaixo as perguntas).
O que não compreendo é que de Outubro de 2005 a Julho de 2006 já lá vão 9 meses, as obras já terminaram (pelo aspecto) há pelo menos 3 meses (há mais, mas pronto), já que na Páscoa o local se encontrava como documentado pelas fotos (pelo menos já não existem vestígios de materiais no local nem maquinaria), já foi colocada uma mesa de pedra (ainda que um pouco arcaica) à sombra de uma das árvores, o local já sirva para estacionamento de viaturas e o nicho (ou o que resta dele) continua hoje (23 de Julho de 2006) no esquecimento!
Pergunto:Será a mesa mais importante que o nicho? Será que o nicho estorvava assim tanto dada a distância deste à entrada do caminho (cerca de 60 metros)? E se sim, o local escolhido para depositar os seus “restos” não seria mais prejudicial à obra (3 metros da obra)? Não teria sido preferível trocar os lugares de colocação de materiais deixando a dita em paz? Se a obra já terminou, para quando a sua recolocação e reabilitação? Se não terminou, quando terminará, na semana dos 9 dias? Ou esta situação terá a ver com algo mais abrangente e nacional, que tem a ver com o facto de Portugal ser um estado laico e por isso serem proibidos símbolos religiosos (católico no caso) tal como o tão badalado caso dos crucifixos nas escolas?
Quem souber que responda, mas mais importante, os responsáveis pela obra que cumpram o prometido, cuidando de um património que é de todos e para todos.