Escrevo?... Não escrevo!
E de facto é verdade. Quantos já não desejaram o sol para depois quando ele aperta querer a frescura da chuva, ou aborrecidos com o stress da vida desejaram parar e não fazer absolutamente nada, para depois querer fazer algo sem saber bem o quê, ou ainda inconformados com o emprego que tinham, mudar para um outro e logo perceberem que no anterior é que estavam bem, ou “simplesmente” cansados(as) da companhia de sempre cobiçam o alheio para depois perceberem que se meteram num “cargo dos trabalhos”?
E a prova provada disso é esta conversa que aqui transcrevo e que um dia sem querer (ou talvez não) interceptei:
Sabe pénis, eu não me conformo com as injustiças. Eu andei pensando que você é que leva uma vida boa. Você fica aí na cuequinha de seda, balançando para lá e para cá, todo confortável e eu aqui em baixo só me lixo!!! Eu fico aqui dentro destes sapatos, vivo dando tropeções nas esquinas dos móveis, piso na merda e ainda por cima fico cheio de frieiras e cheirando mal...
Pois é pé, mas as coisas não são bem assim... você está reclamando à toa. Realmente, de vez em quando eu estou aqui quietinho, tranquilo, aí começo a ouvir uma conversa meia estranha lá fora; então levanto-me para ver o que está a acontecer, então agarram em mim, enfiam-me num buraco escuro e molhado, depois não sabem se põem ou se tiram, se põem ou se tiram, se põem ou se tiram. Com essa indecisão toda de não saber se entra ou sai, eu fico tonto, vomito e desmaio...
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