O meu cantinho!...

Não sou Poeta, não sou Professor, não sou Engenheiro e muito menos Doutor. Sou alguém que aprendeu a ser o que é, porque um dia me disseram que na vida o que realmente importa é ser eu próprio, confiar nos sentimentos e respeitar o que nos rodeia, ...as pessoas e ...o Mundo!

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sábado, junho 27, 2009

Garfield

Tínhamos acabado de chegar, estivéramos dois dias fora, o Garfield que ficou entregue aos meus pais, veio ao nosso encontro de rabo no ar entrelaçando-se às nossas pernas a ronronar. Mesmo antes de tirar as coisas do carro, demos-lhe o jantar no seu pratinho e contrariamente ao que era habitual (andava estranho à uns dias e sem vontade de comer) pediu mais e à terceira dose ficou satisfeito. Apareceu pouco depois a sua “namorada” que no entanto andava grávida de outro, e veio comer os restos deixados pelo Garfield e ele embevecido por ali ficou. Entrámos em casa mas o Garfield, desta vez, não quis entrar preferindo ficar a “namorar”.
Não sei muito bem o que se terá passado a seguir mas creio que foi mais ou menos assim:
Os meus pais que entretanto nos vieram receber, regressaram a casa e com eles a “namorada” do Garfield, que não sendo deles a têm acarinhado por lá. O Garfield que lhe andava sempre a arrastar a asa, mas que nada provava pois há por lá dois ou três gatos maus, mas mesmo maus que passavam a vida a massacrar o pobre Garfield que de tão manso se deixava bater por todos, terá se feito à estrada…
Estava na garagem e como é costume naquela estrada, oiço passar um carro a alta velocidade, já é hábito, existem por ali dois ou três aceleras que acham que a estrada entre Santiago e a Senhora de Cervães é uma pista… tudo seria normal, não fora ter ouvido um forte estalido!
Meu Deus, será que tudo se vai repetir? Pensei para com os meus botões, enquanto me dirigia à rua.
De facto, não se repetiu. Desta vez lá estava o Garfield estendido na noite, deitado de lado e ainda com o rabo a abanar. Aproximei-me, chamei por ele mas não respondeu… encolheu-se, virou grotescamente a cara para mim num esgar de sofrimento, esticou-se muito, tremeu… e morreu!

Também no mundo animal, a vida é efémera e não muito justa. O Garfield que não fazia mal a uma mosca, acabava ali tragicamente, no instante anterior estava alegre e saciado e no seguinte tudo estava acabado. Não é justo… mas é assim e ninguém foge ao destino, nem os animais!

Não sabemos quem foi, e para ser franco nem quero saber, mas deixo aqui um apelo a todos, principalmente a quem por ali passa inconscientemente a acelerar: E se um dia se depararem com uma criança na estrada ou com uma pessoa qualquer que a seguir a uma curva vai a atravessar a estrada e por muitos motivos não o pode fazer tão depressa quanto a velocidade do seu automóvel? Vão passar-lhe por cima sem sequer parar para ver o que fizeram? Não vão travar tentando desviar-se para preservar uma vida? Bem sei que acidentes acontecem, mas alguns, era possível evitá-los…

Foto CMatos
Garfield, não são só as pessoas que deixam saudades…

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domingo, junho 21, 2009

Comissão Administrativa

Foi finalmente encontrada uma solução para o vazio directivo da Associação Cultural e Desportiva de Santiago de Cassurrães. Depois de várias assembleias, eis que surge uma Comissão Administrativa com vontade de manter viva a associação durante pelo menos mais um ano (intervalo de tempo em que se manterá em funções a Comissão). Tendo como chefe de equipa o Sr. Artur Lopes, esta comissão tem para já de tentar resolver o problema do bar da Associação, pois são poucos os associados que se tenham disponibilizado para estar atrás do balcão mantendo-o em funcionamento.
De resto está aberto o caminho para que a associação continue na senda dos bons resultados e classificações no que ao futebol diz respeito, e às vitórias individuais e colectivas relativamente à pesca desportiva, aliás um dos grandes pilares desta associação e que demasiadas vezes passa despercebido devido à maior visibilidade do futebol.

Como os críticos do costume não se chegaram à frente, que não venham agora criticar e desfazer o que de bom se tenta fazer em prol de Santiago, voluntáriamente, com o melhor que se sabe e pode.

Um bom trabalho a todos, e votos de grandes vitórias e conquistas.

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sábado, junho 13, 2009

Notas históricas de Cassurrães

Santiago de Cassurrães e suas origens

Foto Santiago On-Line
O Dr.Alexandre Alves publicou no jornal da Paróquia de Santiago ao longo de 1960 um artigo intitulado “Notícias Históricas de Cassurrães” que segundo o próprio “…formará uma como que pequena monografia das terras de Cassurrães, na qual muitos dos seus filhos virão encontrar motivos de desvanecimento e, em consequência, mais revigorados sentirão o amor pela terra que lhes serviu de berço.”

Ao longo do tempo aqui deixarei alguns trechos desse longo e exaustivo trabalho, começando precisamente pelas linhas onde fala sobre a origem desta freguesia e de alguns dos nomes dos lugares. A transcrição é o mais fiel possível, incluindo algumas palavras que hoje já não existem ou se escrevem de maneira diferente.

"… em 1.102, o conde D. Henrique e D. Teresa concedem carta de foral aos moradores das terras de Zurara, contando-as em 1.500 módios. Todas as populoções entre o Dão e o Mondego, Penalva e o ribeiro de RiaI deviam «responder» a Zurara com foros e com serviços, segundo naquela carta se continha. Não é de repugnar que, quando da concessão do foral, existissem já as terras de Cassurrães, por isso que são antiquíssimos os nomes dos lugares que formam a freguesia. Num documento de 906 (uma composição entre os bispos de Coimbra e de Iria sobre a igreja de Águas Santas da diocese de Braga) depara-se com um «… agro de CONTENSA medio…» (2). Leite de Vasconcelos escrevia CAÇORRÃES (in «O Arqueólogo Português», vol. XXII) e justificava tal grafia socorrendo-se de documentos séc. XI mencionados no «Onomástico» de Cortezão e nos quais se vê, claramente, CAZORANES. Perfilhamos, incondicionalmente, a opinião do Mestre, opinião confirmada, pelo menos, nas «Inquirições» de 1.258 onde se escreveu, indiferentemente, CAÇURRAES e CAZURRAES. Este topónimo resultou do nome de um primitivo possuidor da terra, embora o Dr. Pedro Augusto Ferreira, Abade de Miragaia, tenha pretendido atribuir-lhe (bem pouco engenhosamente, acrescenta-se) uma origem um tanto insólita (3). Diz Fustel de CouIanges (4) que já entre os romanos era costume «dar a cada domínio rural um nome próprio, tirado quase sempre do nome de uma pessoa». Facto semelhante se verifica quanto à origem de «CASAL MONDINHO»: no «Livro de Mumadona» — ano 924 — entre várias testemunhas, figura um Uistremiri MONDINI e, num diploma do ano 925 (doação de parte de um prédio rústico perto do Rio Paiva) também se nos depara, atestando, outro MONDINU. Já o mesmo se não pode dizer de FUNDÕES, nome que, é evidente, foi uma consequência da situação do Iugar: povoação colocada num plano inferior ao dos aglomerados populacionais circunvizinhos. Finalmente, a comprovarem a primitiva rudeza da região, nomes de acentuada reminiscência medieval como, entre outros, os de «CERVÃES», «VALE DO PORCO», junto às Contenças de Cima e «COVA DO LOBO», no termo das Contenças de Baixo.

NOTAS:
(2) Em Rio de Onor, povoação raiana da província de Trás-os-Montes, passa o rio Contensa. Nas «Liss. Cronológicas» de J. P. Ribeiro — voL 3.º, pg. 184, refere-se um documento em que Egas Afonso vende ao Mosteiro de Salgadas umas pesqueiras na CONTENSA e no rio Douro.
(3) No 3.º voL., pg. 250, da «Tentativa Etymologico—Toponymica»: «Cassurrães por Cassurrões. — De cachorrões, grandes cães?...» — pergunta o Abade de Miragaia.
(4) Cit. de H. Gama Barros, em «História da Administração Pública», vol. IV, p. 36."

Escrito de Alexandre Alves na publicação de 1960 da “Família Paroquial” de Santiago de Cassurrães (edição nº 29, página 2).

Um agradecimento especial ao Dr. Pedro Pina Nóbrega (Arqueólogo / Historiador) que generosamente me fez chegar estes preciosos documentos.

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