O meu cantinho!...

Não sou Poeta, não sou Professor, não sou Engenheiro e muito menos Doutor. Sou alguém que aprendeu a ser o que é, porque um dia me disseram que na vida o que realmente importa é ser eu próprio, confiar nos sentimentos e respeitar o que nos rodeia, ...as pessoas e ...o Mundo!

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quarta-feira, março 30, 2011

Tropa de Elite 2


“…a maioria dos deputados desta assembleia, deveriam estar presos…”

“…entra Governo, sai governo mas a merda é sempre a mesma, a corrupção continua…”

“…os Políticos só temem uma coisa, os média…”

“…para os Políticos o povo não vale nada, apenas o voto deles…”

Quando se descobrem os podres “…nada muda, apenas mudam as caras nos cargos de chefia, e tudo se reorganiza…”


De onde retirei estas frases? De um filme de ficção Brasileiro. “Tropa de Elite 2”. No entanto o realizador tem o cuidado de referir, logo no início, que apesar de ser ficção, podem existir semelhanças com a realidade. Na verdade nunca vi um filme que retrate tão bem o ambiente de corrupção e promiscuidade entre a classe política, forças de segurança e o crime organizado. Trata-se de um filme violento, na verdadeira ascensão da palavra, mas também pela realidade nua e crua que retrata, a podridão da classe política, e ainda como podem ser absurdos e contraditórios os ditos defensores dos direitos humanos. Se puderem e estiverem dispostos a abrir os olhos, não deixem de ver este filme. Na minha opinião, “Tropa de Elite 2” é um retrato quase fiel da nossa classe política, onde até as escutas telefónicas são desvalorizadas por terem sido obtidas ilegalmente, mas cujo conteúdo revela a mais profunda verdade.

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sábado, março 26, 2011

Um relicário de Arte

Foto CMatos
Imóvel de Interesse Público desde Julho de 1986, protegido pelo Dec. Nº 5/2002, DR 42 de 19 de Fevereiro de 2002. A Capela da Nossa Senhora de Cervães, no lugar da Senhora de Cervães, freguesia de Santiago de Cassurrães, concelho de Mangualde, é uma construção do séc. XVII (1660) de arquitectura religiosa, barroca.
O seu interior é majestoso, cheio de cor, verdadeiro relicário da Arte religiosa dos princípios do séc. XVIII, com as suas talhas exuberantes, as suas lindas imagens, o seu tecto de caixotões com algumas dezenas de figuras e de cenas do Antigo e do Novo Testamento. A talha é da primeira fase do estilo nacional, com colunas pseudo-salomónicas com espirais continuadas nas arquivoltas concêntricas, unidas por raios de talha e decoração dominada pela folha de acanto, parras e uvas. Altares laterais de urna com grandes volutas, motivos auricular e cartelas rococó. A iconografia dos painéis do tecto da nave está disposta em 49 quadros dispostos em sete grupos de sete tábuas historiadas, estando assim distribuídos: nas 3 filas centrais cenas e personagens do Antigo Testamento (reis, patriarcas, profetas); nas 2 filas seguintes cenas da vida da Virgem; nas 2 filas periféricas cenas da vida de Cristo. Assim, ao lado dos juízes, reis, profetas e patriarcas judaicos, foram representadas cenas das vidas de Cristo e de Nossa Senhora, tais como: o Pentecostes, a Aparição de Cristo à Virgem, Deposição de Cristo no Túmulo, a Ascensão, a Morte de Nossa Senhora (a «Dormição» da Virgem), a Assunção e o Coroação no Céu, a Fuga para o Egipto, a Apresentação de Nosso Senhora no Templo, a Circuncisão e a Adoração dos Magos e dos Pastores, duas Anunciações do Anjo Gabriel, o Casamento e a Visitação a Santa Isabel, Cristo entre os Doutores da Lei e em Casa de Emaús, a Imaculada Conceição, Santa Ana e S Joaquim, a Aparição do Anjo a S. José, a Sagrado Família em Nazaré, Cristo no Horto das Oliveiras, a Flagelação e a Coroação de Espinhos («Ecce Homo»), a Verónica, a Crucifixão, etc.
O tecto da capela-mor, tendo ao centro a pomba do Espírito Santo, mostra os 12 Apóstolos, além de mais oito caixotões decorados com motivos fitomórficos, com algumas saudações a Nossa Senhora tiradas da litania: Porta do Céu, Escada de Jacob, Torre de David, etc.
O «Apostolado» deste tecto, apesar dos restauros sofridos e do desenho mais rude, é flagrantemente aparentado com o da capela-mor da Igreja Matriz de S. Julião de Mangualde executado à volta de 1690. A talha do retábulo da capela-mor e do arco do cruzeiro é do mesmo tipo da talha que tanta voga teve nas Beiras, Minho, Trás-os-Montes e Douro, desde a última década do séc. XVII até 1730, aproximadamente.

Foto CMatos
Foto CMatos
(Pode ver uma panorâmica do interior aqui, mas se quiser visitar pessoalmente o interior e ver in-loco todo o esplendor desta capela, contacte-me.)

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No entanto e apesar dos esforços e empenho por parte da Junta de Freguesia de Santiago de Cassurrães, na pessoa do seu presidente, esta Capela, autentico Relicário de Arte, continua às escuras. Lanço daqui um novo apelo aos responsáveis pelo património do nosso Concelho, para que esta situação seja resolvida no mais curto espaço de tempo possível. Ou seja ONTEM!

Para concluir, uma pergunta: Afinal, concretamente, o que falta para que os holofotes que lá estão recebam electricidade?

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quarta-feira, março 16, 2011

Quinta do Ramalhal (II)


2ª Sepultura (N 40° 34.772' / W 7° 40.985')

(Clique para ampliar)
Foto CMatos
Sepultura de criança, não antropomórfica, com a zona da cabeça e pés muito semelhantes na forma e tamanho, e o corpo assemelhando-se, ainda que muito ligeiramente a uma meia-lua. Situada a cerca de 1 metro a nordeste da sepultura nº 1, tem 96cm de comprimento uma profundidade média de 19cm, na cabeça uma largura de 15cm, 14cm nos pés e a meio cerca de 20cm. Os lados são ovalizados e mais ou menos equidistantes. Orientada de NO para SE, pensa-se ter pertencido ao filho/filha de uma família de 3 pessoas que em tempos habitou a quinta do Ramalhal.

(Vista geral da plataforma rochosa onde estão implantadas estas duas sepulturas, com a ribeira de Marialva em fundo)
Foto CMatos
(Localização (a amarelo) - Clique para ampliar)

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domingo, março 06, 2011

Não percebo!

Depois de ter lido no jornal “Renascimento” de que se estava a concertar maneira de poupar electricidade desligando candeeiros de iluminação pública em locais considerados desnecessários, depois de terem sido desligados os holofotes (pelo menos de algumas...) das igrejas e capelas, porque não havia dinheiro para pagar, depois dos sucessivos pedidos para que se poupe na electricidade, desligando os aparelhos no botão e blá, blá, blá, fiquei estupefacto quando me contaram e depois vi com os meus olhinhos, que afinal tudo não passa de uma grande treta para enganar/entreter o zé-povinho.
A questão das Igrejas e Capelas, inclusive um Imóvel de Interesse Público (desde Julho de 1986) protegido pelo Dec. Nº 5/2002, DR 42 de 19 de Fevereiro de 2002, do séc. XVII (1660), já tinha percebido o porquê de terem ficado às escuras, é que a electricidade era necessária para iluminar muros e oliveiras na sede do concelho, agora quando vejo um caminho em péssimas condições, no qual dificilmente passa um carro, no espaço e no tempo, que atravessa um monte sem qualquer habitação, embora supostamente devesse servir de ligação entre a estrada de Aldeia Nova e a da Cunha Alta mas que pouco mais é que um caminho de cabras, repito, quando vejo um caminho com 16 postes eléctricos, 8 dos quais com iluminação, fico completamente baralhado!
Afinal isto é que é poupar? É para isto que todos nós andamos a apertar o cinto? É que nem as raposas saem beneficiadas porque a luz as torna visíveis e assim dificulta a caçada.
E já agora: Porquê que a linha eléctrica pára no meio do monte? Será porque dali para a frente a freguesia é outra e esses estão, mesmo, em contenção? Será que quem por ali passa (ainda gostava de saber quem?) só precisa de ver os buracos e as regueiras até meio e dali para a frente “dá um murro no olho” como dizia o meu avô? Ou será apenas porque sim?
Bom mas se não acreditam eu mostro:

(Logo depois do depósito de água)
Fotos CMatos (Clique para ampliar)
(Um pouco mais à frente)
Fotos CMatos (Clique para ampliar)
(É mesmo por aqui)
Fotos CMatos (Clique para ampliar)
(Mais do mesmo)
Fotos CMatos (Clique para ampliar)
(Tudo isto acontece aqui)
Fotos CMatos (Clique para ampliar)
E entretanto este monumento do Séc. VII, a capela da Nossa Senhora de Cervães, continua assim...
Foto CMatos (Clique para ampliar)
Eu devo ser mesmo muito burrinho, mas o facto é que não percebo! Se alguém me quiser ou puder explicar…

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sábado, março 05, 2011

Quinta do Ramalhal

A Sul da Necrópole das Quelhadas, do outro lado da ribeira de Marialva encontra-se a Quinta do Ramalhal. Situada num vale rico em água, outrora cultivado até à exaustão, mas hoje usado quase em exclusivo para o pastoreio, rodeado por afloramentos graníticos e vertentes “carecas” pela acção de sucessivos incêndios que dizimaram os antigos e frondosos pinhais, aninhada aos pés da Serra das Bochinhas, alberga o primeiro caso de uma necrópole de tipo familiar, constituída por 3 sepulturas, sendo duas de adulto e uma de criança. Duas delas estão lado a lado e a outra isolada.

Há muito que conhecia a localização de uma das sepulturas, mas as outras duas fizeram-me calcorrear quilómetros, subir e descer muitas rochas, fazer muitas contas e quase desistir. Todas as publicações que consultei e informações que me chegaram, apontavam para uma localização provável onde nada existia. Foi então que numa última tentativa entrei em contacto com o Dr. Luís Gomes da “Arqueohoje”, um dos primitivos exploradores da zona na década de 80, para me dar alguma dica ou quiçá uma foto que me ajudasse a chegar até elas. Filho da terra e arqueólogo de profissão, logo se disponibilizou (o que públicamente agradeço) para numa tarde de sábado soalheira me indicar a localização delas, já que seriam as mais fáceis de localizar e aquelas de que melhor se recordava. E na verdade, parecia teleguiado encontrando-as rapidamente, e afinal estavam logo ali, a poucos metros de um caminho onde tantas vezes já tinha passado.

1ª Sepultura (N 40° 34.771' / W 7° 40.987')

Foto CMatos
(Clique para ampliar)

É um sarcófago não antropomórfico de adulto de formato aproximado a um losango. A cabeceira e os pés apresentam formato idêntico e os lados quase rectilíneos. Tem 188cm de comprimento, uma profundidade média de 28cm e a largura na zona da cabeça também de 28cm. A largura nos pés é de 14cm e ao meio 49cm. Pena é que a parede virada a Oeste se encontre parcialmente destruída. Está situada numa pequena elevação rochosa a poucos metros da ribeira de Marialva e está orientada de NO para SU.

(Localização (a amarelo) - Clique para ampliar)